sábado, 19 de outubro de 2013

Sugestão para este fim-de-semana "Viagens na minha Terra"!





Recital de Piano de Joana Gama
VIAGENS NA MINHA TERRA

Sábado, 19 Outubro, 21h30, SP
A obra "Viagens na minha Terra", cujo título nos remete para a obra homónima de Almeida
Garrett, de Fernando Lopes-Graça dá o título a este recital. Apesar dos cinquenta anos que separam a composição destas obras e ainda que as abordagens e estilos de composição sejam consideravelmente díspares, nota-se um especial interesse por parte dos dois compositores em "retratar" de forma pessoal o nosso país.
Em cada um dos andamento do ciclo "Viagens na Minha Terra", composto em 1953 e 1954, encontramos referências a lugares, especificidades ou tradições de várias localidades portuguesas, numa espécie de compilação das viagens de cariz etnográfico que Lopes-Graça foi fazendo pelo país, muitas vezes na companhia do etnomusicólogo corso Michel Giacometti. Assim somos levados a ambientes bem contrastantes: desde a solenidade da "Procissão de Penitência em São Gens de Calvos" ao ambiente dançante de "Em Alcobaça dançando um velho Fandango". Com melodias provenientes da música tradicional portuguesa, esta obra é pautada por uma imensa frontalidade, por vezes quase rude, no discurso musical.
Bem diferente é a abordagem de Amílcar Vasques-Dias na sua relação com Portugal e com o piano. Em "Lume de chão", num ambiente poético e nostálgico, Vasques-Dias, natural de Badim (Monção) e actualmente a viver no Alentejo, transporta para a música as impressões, memórias e influências da sua infância minhota e da vida no campo alentejano. "Tecido de memórias e afectos", o subtítulo deste ciclo composto entre 2003 e 2004, procura fazer a ligação entre o "lume de chão" do Alentejo e a "lareira" do Minho. Em termos musicais, o compositor explora continuamente os registos extremos do piano e, de forma a unificar este ciclo, o aparecimento recorrente de fragmentos nas diferentes peças. Este recital resulta assim num passeio poético etnográfico por Portugal inspirado pela frase de Saramago "Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara".

Theatro Circo
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